sexta-feira, 8 de abril de 2016

Arquivo e Mudança Histórica

Dia 23 de Outubro de 2010 foi lançado o Desafio Diplomático, no qual era relatado o escândalo de Severino Cavalcante o "Mensalinho". Como foi proposto, analisamos o Blog CAARQ, onde falam da autenticidade, no qual o documento foi questionada pelo (suposto) autor, que, em pronunciamento à época, afirmou que confiava em seus assessores e que não esperaria que tivessem colocado tal documento entre outros papéis para que assinasse. Defendendo, entretanto, que o mesmo havia sido "manipulado eletronicamente" por parte do interessado, Sebastião Buani.
Neste contexto todo, então, o caso foi submetido à investigação (como devido e esperado), e laudo publicado em 11 de setembro de 2005, assinado pelo perito Adamastor Nunes de Oliveira, membro da Sociedade Internacional de Peritos em Documentos cópia, da Associação Brasileira de Criminalística e do Núcleo Técnico-Científico Forense, negava a autenticidade e a veracidade do documento, até ali principal prova para as alegações das revistas e de Buani, como outrora defendido por Severino.






Aspecto do papel envelhecido por longo período com fezes de grilo (Foto: Reprodução)
O termo grilagem vem de uma antiga prática dos falsificadores. Para dar aspecto envelhecido aos documentos criados por eles, os falsários deixavam os papéis em gavetas com insetos como o grilo. Com a ação dos animais, os papéis ganhavam a coloração amarelada com aspecto de gastos. Grilagem vem da descrição de uma prática antiga de envelhecer documentos forjados para conseguir a posse de determinada área de terra. “Usando fezes de grilo para envelhecer uma escritura". Nas décadas de 1930, 1940 e 1950, como a garantia de autenticidade de uma escritura levava em conta o envelhecimento do papel, uma tática muito comum de quem vinha para o Noroeste do Paraná invadir terras consistia em passar fezes de grilo sobre o documento forjado. Assim o papel rapidamente amarelecia e logo era considerado como verdadeiro, já que não havia recursos e nem tempo para se avaliar com mais esmero a sua veracidade. Alguns velhacos também depositavam o documento dentro de uma gaveta ou caixa com grilos – o que não apenas amarelecia o papel como ajudava a dar um aspecto de deterioração natural. A prática justifica a origem dos termos “grileiro” e “grilagem de terras”. (Fonte: Grilagem de terras).
Para evitar tal prática, foram adotados procedimentos para inibir fraudes como a criação de elementos que davam suporte a autenticidade e veracidade de aos documentos emitidos, como a adoção de alguns procedimentos, símbolos (Carimbos, brasões, tipo de papel), assinaturas, campos de preenchimento, datas, dados do órgão emissor das escrituras e do proprietário do termo de posse e conferência das informações. Nesse sentido a diplomática tem um papel fundamental na investigação desses elementos.













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